O que muda no dia-a-dia do jogador e dos clubes

DO REGULAMENTO DOS COMITÊS DE HANDICAP
Com a implantação do Sistema USGA de Handicap com Slope System no Brasil, algumas normas de entrega e processamento de cartões de jogo entraram em vigor.

Todo jogador que deu saída no campo é obrigado a entregar seus cartões de scores válidos no clube onde jogou. O clube não apenas tem obrigação de cobrar a entrega do cartão, como de recebê-lo e de digitá-lo no sistema central, seja o jogador sócio ou visitante.

DEFINIÇÃO DE SCORE VÁLIDO E SCORE INVÁLIDO
A melhor forma de explicar é definir quais scores são considerados inválidos. Os demais serão válidos e, portanto, de entrega obrigatória.

Um score é considerado inválido para efeito de Handicap nas seguintes situações:

  1. Quando menos que 7 buracos foram jogados.
  2. Quando a maioria dos buracos não foram jogados de acordo com as Regras e Princípios do Golfe. Jogos de tacadas alternadas se encaixam aqui (Scramble, Foursomes, etc) e seus cartões não devem ser entregues para efeito de Handicap.
  3. Quando o comprimento total do campo jogado for menor que 3000 jardas para 18 buracos ou 1500 para 9 buracos.
  4. Quando a regra da competição obrigou o jogador a utilizar um limite de tacos menor que 14. Ex. competição só de ferros.
  5. Quando o jogo ocorreu num campo que ainda não tem USGA Course Rating nem Slope Rating.
    NOTA: No Brasil, os clubes ainda não medidos receberam o Slope Rating padrão brasileiro de 125, e mantém o seu Course Rating antigo, enquanto não se dá a medição oficial. Portanto, não se enquadram nesta definição, ié, seu cartões são válidos.
  6. Quando o jogador usou tacos e/ou bolas que não estejam em conformidade  com as determinações da R&A.
  7. Quando o jogador usou dispositivos artificiais proibidos pela Regra 14-3. Ex. medidor de vento, elásticos nos braços, toalhas, etc.

    Tais scores ditos inválidos não precisam ser entregues, mas precisam ser justificados, caso contrário o Comitê do clube poderá interpretar que o score não foi entregue visando manipulação, e aplicar penalidade indevida ao jogador.

JOGOS PARCIAIS - Buracos não jogados, bolas não embocadas
Uma vez conhecidos os scores inválidos, podemos concluir que todos os demais scores são válidos. Vamos agora enfatizar alguns scores que sempre criam polêmica:

  1. Qualquer jogo de 7 a 9 buracos jogados numa mesma volta será válido e considerado como um jogo de 9 buracos. Se apenas 7 ou 8 buracos foram jogados, os buracos faltantes serão completados pelo sistema como sendo o PAR do buraco + strokes que o jogador teria direito neles. Ex.:



  2. Em jogos com 12 buracos jogados, os buracos 10, 11 e 12 serão desprezados e será considerado o score de 9 buracos. Ex.:



    IMPORTANTE:
    Um score de 9 buracos não entra imediatamente no cálculo do Index. O Sistema o armazena e aguarda um novo jogo de 9 buracos, podendo ser da mesma volta ou não, do mesmo clube ou não. Quando este for digitado, o sistema combina os 2 cartões formando um jogo de 18 buracos, com a data do segundo. Tais jogos parciais de 9 buracos são chamados de Combined 9.

  3. Se menos que 13 buracos foram jogados e em nenhuma das 2 voltas foram jogados pelo menos 7 buracos, o cartão é inválido. Ex.:



  4. Se 13 ou mais buracos forem jogados, mesmo alternadamente, os demais serão calculados. Ex.:



  5. Se o Handicap for positivo, os buracos faltantes serão completados com o PAR do buraco menos o stroke que o jogador teria "direito" neles. (nos buracos mais fáceis do campo - HCP stroke 18, 17, etc.). Ex.: +CHCP=+2, e buracos 1, 2 e 10 não foram jogados:



  6. Jogador desclassificado de competição.
    Se o motivo da desclassificação não caracterizar o score como inválido (item 2) então o cartão deve ser entregue para efeito de Handicap. Ex.: Se o jogador esquecer de assinar o cartão ou se o jogador continuar jogando após Comissão interromper o jogo por perigo de relâmpagos ele será desclassificado, mas os scores jogados, se válidos, devem ser entregues.
  7. Buracos incompletos: bola levantada e não embocada.
    Algumas formas de competição permitem o levantamento da bola sem embocá-la (Match Play, Stableford, etc.) Nesses casos, o jogador deve estimar quantas tacadas ele precisaria para embocar do ponto onde levantou a bola. Tais scores são marcados com um X ao lado do score. Ex. 7X. Significa que o jogador deu, digamos, 4 strokes na bola e estimou mais 3 para embocá-la.

    Portanto, são scores válidos e devem ser entregues. Ex.:


    L = levantou a bola

    Caso o jogador não estime as tacadas que daria para embocar e anotar apenas um "X", o sistema considerará, para efeito de Handicap, os seguintes scores Gross, dependendo do Course Handicap que o jogador usou naquele dia e naquele campo:

    COURSE
    HANDICAP

    MÁXIMO SCORE EM
    QUALQUER BURACO

    9 ou Menos
    Double Bougey
    10 a 19
    7
    20 a 29
    8
    30 a 39
    9
    Mais de 40
    10

    DICA PARA OS CLUBES: Ao digitar um cartão com "X", sem estimativa de tacadas dadas, digitar 10 strokes. Na falta de outra informação, o sistema utilizará os tetos dados pela tabela acima.

ENTREGAR O CARTÃO, JUSTIFICAR OU OMITIR-SE - penalidades aplicáveis
Mesmo um jogador que tem um score inválido nas mãos deve se justificar perante o clube onde jogou, pois este não tem outro modo de saber se houve omissão ou se o score era inválido. Tal justificativa deve apontar o motivo da invalidade do score, conforme item 2 acima.

Assim, se um jogador deu saída no jogo e não entregou seu cartão o clube deve interpretar como omissão com potencial risco de manipulação de Handicap.

O Regulamento aprovado pela Federação Paulista de Golfe prevê a aplicação de 2 tipos de penalidades para o jogador que não entrega seu cartão nem justifica sua falta:

    1. Penalidade 1 - Repetição do Melhor score
      O clube informa o Sistema e este "lança" automaticamente um novo score para o jogador, repetindo o seu melhor resultado do histórico (menor Diferencial). Essa Penalidade 1 deve ser lançada quando o cartão não foi entregue por ter sido um jogo muito bom, que provavelmente reduziria o Index do jogador.

      Geralmente aplicada a jogadores de Index baixo.

    2. Penalidade 2 - Repetição do Pior Score
      O clube informa o Sistema e este "lança" automaticamente um novo score para o jogador, repetindo o pior resultado do seu  histórico (maior Diferencial). Essa Penalidade 2 deve ser lançada quando o cartão não foi entregue por ter sido um jogo muito ruim, que provavelmente aumentaria o Index do jogador.

      Geralmente aplicada a jogadores de Index alto, para evitar o famoso "handicap vaidoso". O handicap vaidoso não causa injustiças em competições, senão para o próprio autor. Porém, permite que um jogador participe de competições em categorias que exigem habilidade maior que a sua, atrapalhando o andamento do jogo.
       
      Para decidir qual das penalidades aplicar, além do Index do jogador, o Comitê de Handicap poderá consultar o caddie, parceiros de jogo ou o próprio jogador.

DEFENDENDO O SISTEMA - Redução, Modificação e Suspensão de Handicap Index
O Sistema USGA de Handicap, como dito na Introdução do "Tee do 1" deve ser aplicado na sua íntegra.

Dentro do clube, cabe ao Comitê de Handicap zelar pelo cumprimento das suas normas, defendendo a todo custo o espírito do Sistema. Só assim teremos Handicaps sem manipulação e competições com justiça.

  1. Index Reduzidos pelo sistema - Tipo R
    O Comitê deve acompanhar a publicação do Index dos seus associados e atuar naqueles que foram Reduzidos pelo sistema, apresentando um R ao lado do valor. Ex.:  17,3R. Deve ainda consultar o jogador e ouvir suas motivações para tal redução. Então poderá decidir por uma das seguintes alternativas:
      1. Manter a Redução imposta pelo Sistema.
      2. Aumentar ainda mais a Redução, se entender que a Redução automática do sistema não foi suficiente para refletir o verdadeiro nível do jogador (vide item 5-b abaixo).
      3. Retirar a Redução, por aceitar a defesa do jogador. Em geral, esta última alternativa ocorre com um jogador que esteve doente ou passou por alguma cirurgia e agora vem retornando ao golfe, jogando scores mais altos do que costumava jogar antes do problema (vide item 5-b e 5-c abaixo).

  2. Modificação de Handicap Index pelo Comitê (Tipo M)
    Mesmo sem ter recebido uma Redução automática pelo sistema, o Comitê de Handicap poderá aplicar uma Modificação no Index de um jogador se entender que ele não reflete seu verdadeiro potencial de jogo.

    Para isso, o Comitê deve enviar uma carta ao jogador, informando dessa decisão, e dando a ele a chance de se explicar ou comentar.  Se mesmo assim o Comitê entender que o Index deve ser Modificado, ele deve enviar tal solicitação à Federação Paulista de Golfe, que procederá as alterações cabíveis no sistema.

    O Index assim modificado aparecerá na Internet e na etiqueta com um M ao lado, indicando essa condição. Ex.: 17,3M.

    A cada revisão/processamento do Handicap Index o Comitê deve reavaliar a situação do jogador, liberando seu Index para o cálculo automático do sistema ou mantendo a Modificação.

  3. Handicap Index Local (Tipo L)
    O Index Local é utilizado quando um jogador passou por uma cirurgia ou um problema de saúde e está retornando ao golfe, sem apresentar, no entanto, a mesma performance anterior. O Comitê poderá emitir um Index de uso apenas local (no seu clube). Tal Index Local não é um Handicap Index oficial e jamais poderá ser usado em outros campos ou competições externas ao clube onde é sócio.

    O procedimento do Comitê é o mesmo da modificação do Index do item anterior: envio da carta ao jogador devidamente adaptada ao caso, avaliação dos seus comentários e instrução à FPG para proceder a modificação no sistema.

  4. Manipuladores contumazes - suspensão de Index
    De acordo com o Regulamento, o Comitê tem poder para suspender o Index de um jogador que sistematicamente manipula (ou tenta manipular) seus scores, visando Index maiores para tirar vantagens em torneios. Para isso, basta que o Comitê de Handicap reúna evidências de manipulações, que dê ao jogador amplas oportunidades de se defender e que solicite à Federação Paulista de Golfe a aplicação da suspensão propriamente dita.

    Um Index suspenso poderá ser liberado, por iniciativa do próprio Comitê que o suspendeu, se este achar que os motivos da suspensão não existem mais e o jogador agora segue as normas do Sistema.

CONCLUSÕES E RESUMO:

  1. Os Comitês de Handicap são os "supervisores" do Sistema, no âmbito do campo, seja com seus sócios ou com seus visitantes.

  2. Todo jogador, sócio ou visitante, está obrigado a entregar cartões com scores válidos e todo clube está obrigado a recebê-los e a digitá-los.

  3. Buracos não jogados podem ser completados pelo sistema, com o PAR do buraco mais strokes de direito.

  4. Em buracos não completados (bola levantada) o jogador deve estimar as tacadas necessárias para embocar.

  5. Os Comitês podem aplicar scores de penalidades a jogadores que não entregam cartões válidos, podem modificar um Index e aplicar suspensão temporária do Index de jogadores que sistematicamente ferem o espírito do Sistema USGA de Handicap.

 

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